Novo material evita difusão de bactérias nos hospitais

Todos os anos, infeções resistentes a medicamentos matam umas estimadas 700 mil pessoas pelo mundo fora. Parte dessas infeções são provocadas pela presença de bactérias em aparelhos médicos que são introduzidos no corpo - por exemplo, cateteres urinários. Se os biomateriais utilizados neles não estiverem completamente esterilizados, como sucede com frequência, pode instalar-se nas superfícies uma película de bactérias suscetíveis de desencadear infeções.

Para evitar esse risco, cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, criaram biomateriais novos que, quando usados em revestimento de aparelhos médicos, evitam a formação da película. "Ainda estamos na fase dos ensaios, mas ao concentrarmo-nos em plásticos que são melhores a resistir à aderência de colónias de bactérias, esperamos ver uma redução das taxas de infecções adquiridas no sistema de saúde", diz Morgan Alexander, um dos co-autores do estudo.

"Procuramos outras formas de melhorar os materiais", acrescenta. "As próteses de anca podem muitas vezes causar um enfraquecimento do osso ou ser rejetadas - o que não é bom se já abrimos uma pessoa e vamos ter de a voltar a abrir - portanto estamos a tentar desenvolver materiais que controlem esta resposta auto-imune".

Os testes efetuados em centenas de pessoas deram resultado positivo, mas a amostragem terá de ser maior para se poderem tirar conclusões seguras. Se as indicações iniciais se confirmarem, terá sido dado um passo importante para reduzir as infeções hospitalares, que são um problema grave, e não só em países normalmente associados a cuidados de saúde muito deficientes.

EXPRESSO